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Enxaqueca

O que é enxaqueca?

A enxaqueca, também denominada migrânea, é um dos tipos de dor de cabeça mais frequentes na população acometendo cerca de 12% das pessoas. Observamos que as mulheres são especialmente mais afetadas, dependendo da faixa etária podem apresentar prevalência até 3 vezes maior que os homens.

Embora todo mecanismo genético relacionado a enxaqueca ainda não seja completamente conhecido, sabe-se que essa doença apresenta um padrão de herança genética poligênica complexa por isso frequentemente existe mais de um membro da família acometido.

Quais são os sintomas da enxaqueca?

Lembrando que cada tipo dor de cabeça apresenta características únicas, parte do diagnóstico depende do autoconhecimento do paciente sobre a sua dor de cabeça. Na enxaqueca, deve-se observar a presença das seguintes características:

  • Dor de cabeça pulsátil ou latejante;
  • Geralmente a dor é de um lado da cabeça podendo alternar o lado entre as crises;
  • Dor de cabeça intensas a ponto de impedir/prejudicar o trabalho ou estudos;
  • Esforços físicos cotidianos, como subir escadas e andar curtas distâncias, pioram a dor;
  • Presença de desconforto com barulho e com a luz;
  • Presença de náusea podendo apresentar inclusive vômito;
  • Pode ou não haver aura (veja abaixo o que é aura).

Lembrando que o diagnóstico será feito sempre por um especialista com uma combinação desses sintomas, não sendo necessário a presença de todos. Além disso, o abuso de analgésico pode modificar as características da dor.

O que é aura?

A enxaqueca pode ser classificada pela presença/ausência da aura, essa distinção tem implicações importantes inclusive no momento da escolha do anticoncepcional, (veja aqui anticoncepcional e enxaqueca):

  • Enxaqueca com aura: presente em 25-30% dos pacientes com enxaqueca.
  • Enxaqueca sem aura: presente em 75-70% dos pacientes com enxaqueca.

A aura são sintomas neurológicos, visuais, sensitivos, de linguagem ou motores, que ocorrem de forma transitória, com duração máxima de 1 hora cada um, geralmente antecedendo o início da dor de cabeça. Eles ocorrem em cerca de 25-30% dos pacientes com enxaqueca.

Quais são os tipos de aura?

  • Aura visual: tipo mais frequente, ocorre em 90% dos casos de enxaqueca com aura. As alterações visuais podem “caminhar” pela vista ou crescer/diminuir de tamanho até completa resolução.  São as alterações mais frequentes a presença de imagem em zig-zag cintilante, embaçamento visual, pontos escuros ou coloridos/cintilantes de diversos tamanhos e até mesmo perda de metade do campo visual. Observem as imagens abaixo exemplificando essas situações.
  • Aura sensitiva: segundo tipo mais comum, alterações da sensibilidade caracterizada por adormecimento ou formigamento que migram pelas partes do corpo, por exemplo começa nos dedos subindo para braço e depois cabeça.
  • Aura de linguagem: pouco frequente, fala enrolada, troca de palavras ou dificuldade em encontrar a palavra que deseja falarAura motora: raro, paciente perde a força de metade do corpo

Existe algum tratamento específico para aura?

Alguns pacientes apresentam maior desconforto pela aura do que pela própria dor de cabeça. Seja por apresentarem aura sem crise de dor de cabeça ou então por terem auras limitantes com perda de campo visual, alteração sensitiva ou de linguagem. Nestes casos há tratamentos específicos que focam a prevenção da ocorrência da aura.

Como é feito o diagnóstico de enxaqueca? São necessários exames complementares?

O diagnóstico de enxaqueca é clínico, ou seja, feito apenas com base na história que o paciente conta e no exame físico neurológico. Em casos selecionados, quando existe suspeita para outras doenças causadoras de dor de cabeça que não seja a enxaqueca, pode ser necessários exames complementares, em especial os exames de imagem do cérebro.

Quais são os principais fatores desencadeantes/gatilhos da enxaqueca?

Fatores desencadeantes são situações em que, quando os pacientes são expostos, possuem um alto risco de apresentar uma crise de enxaqueca. Existe uma diversidade de possíveis desencadeantes, listados abaixo, porem cada indivíduo é susceptível a apenas parte desses gatilhos. O controle adequado da exposição aos fatores gatilhos fazem parte do plano terapêutico da enxaqueca.

Neste caso não existe uma regra no tratamento, o autoconhecimento do paciente permitirá saber quais situações deve evitar. Sendo assim, para aqueles em que determinado alimento, como por exemplo o chocolate, desencadeia crise devem evitar a ingesta desmedida deste alimento.

Existe tratamento para prevenir a dor de cabeça tensional?

Sim. Podemos dividir o tratamento de prevenção da dor em dois braços:

  • Não farmacológico (sem remédio): envolve um conjunto de medidas comportamentais com pequenas mudanças no estilo de vida capazes de reduzir crises melhorando a qualidade de vida. Devem ser adotadas por todos pacientes. 
  • Farmacológico (com remédio): existem algumas opções de medicações de uso diário sendo alguns antidepressivos* a principal classe de remédio utilizada no controle da deste tipo de dor de cabeça.

Obs: Você achou estranho usar antidepressivo para dor de cabeça? Pois é, curiosamente alguns remédios são capazes de tratar diferentes doenças e alguns tipos de antidepressivos demonstram bons resultados não apenas no tratamento da dor de cabeça, mas também para outros tipos de dor como dor dos nervos (dor neuropática) ou até mesmo dor por fibromialgia.

  • Estresse emocional
  • Oscilações hormonais
  • Restrição alimentar
  • Alterações no sono
  • Odores e luzes
  • Dor cervical    
  • Uso de álcool
  • Cigarro
  • Alimento
  • Exercício físico

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